segunda-feira, 27 de junho de 2011

O divórcio começa no coração

Casais, quebrem a dureza do coração

As relações conjugais estão em crise, pois cada pessoa quer a sua própria felicidade, e os casais, hoje, estão se divorciando por qualquer motivo.

A raíz do divórcio é a "dureza de coração". Mas hoje Jesus quer falar para as famílias que o divórcio acontece, primeiramente, nos corações dos casais, para depois ir para o papel.

Vou contar-lhes uma história que ouvi, cujo autor é desconhecido:

O homem por detrás do balcão, olhava a rua de forma distraída, enquanto uma garotinha se aproximava da loja, ela amassou o narizinho contra o vidro da vitrina. Os seus olhos da cor do céu, brilharam quando viu determinado objeto. Ela entrou na loja e pediu para ver o colar de turquesas azuis.

- É para minha irmã. Você pode fazer um pacote bem bonito?

O dono da loja olhou desconfiado para a garotinha e lhe perguntou:

- Quanto dinheiro você tem?

Sem hesitar, ela tirou do bolso da saia um lenço todo amarradinho e foi desfazendo os nós. Colocou-o sobre o balcão, e feliz disse:

- Isto dá, não dá? (Eram apenas algumas moedas que ela exibia orgulhosa.)

- Sabe, continuou, eu quero dar este presente para minha irmã mais velha. Desde que morreu nossa mãe, ela cuida da gente e não tem tempo para ela. Hoje é aniversário dela e tenho certeza que ela ficará feliz com o colar que é da cor dos olhos dela.

- O homem foi para o interior da loja. Colocou o colar em um estojo, embrulhou com um vistoso papel vermelho e fez um laço caprichado com uma fita verde.

- Tome! Disse para a garota. Leve com cuidado.

Ela saiu feliz saltitando pela rua abaixo. Ainda não acabara o dia, quando uma linda jovem de cabelos loiros e maravilhosos olhos azuis adentrou a loja. Colocou sobre o balcão o já conhecido embrulho desfeito e indagou:

- Este colar foi comprado aqui?

- Sim senhora.

- E quanto custou?

- Ah! Falou o dono da loja. O preço de qualquer produto da minha loja é sempre um assunto confidencial entre o vendedor e o freguês.

- A moça continuou: - Mas minha irmã somente tinha algumas moedas. E esse colar é verdadeiro, não é? Ela não teria dinheiro para pagar por ele.

O homem tomou o estojo, refez o embrulho com extremo carinho, colocou a fita e o devolveu à jovem.

- Ela pagou o preço mais alto que qualquer pessoa pode pagar. Ela deu tudo que tinha!

O silêncio encheu a pequena loja, e lágrimas rolaram pela face da jovem, enquanto suas mãos tomavam o embrulho. Ela retornava ao lar emocionada...

Você é capaz de tudo pela sua família? Você precisa dar tudo o que tem por ela. Para que você se casou? Por que você está noivo? O que o motiva a se unir a esta mulher ou a este homem?

Esposa, procure tempo para olhar dentro do olho do seu esposo e dizer que o ama. Isso não é coisa de casal "novinho"; isso é característica de família. Espero que ninguém "morra" em sua casa. Espero que você não durma do lado de um cadáver.

Se as coisas estão mal para sua família, opte por andar pelo verdadeiro caminho que é Jesus. Ele grita ao nosso coração: "Sua família é boa, o seu casamento é bom". Deus acredita na sua família, Deus acredita em você, na sua história. Deixe de ser tonto! Ande pela estrada certa e não se esqueça de que o caminho é Jesus; se você quiser que sua família seja feliz, entregue-a para Ele.

Casais, quebrem a dureza do coração, amem, porque ainda há tempo! Amem seus filhos enquanto há tempo, porque eles vão crescer. Esse é o momento certo, tempo de dar atenção a eles. Quebrem a dureza de coração! Peço-lhes hoje: voltem para suas casas sem medo, o caminho é Jesus.

Há solução para sua família, e ela começa em seu coração. Não se desvie o caminho, pois, você e sua casa são do Senhor".

Texto produzido a partir da pregação em Jan.2006

Alexandre de Oliveira
Missionário na COmunidade Canção Nova

sábado, 25 de junho de 2011

Perdoar e esquecer

          Frequentemente, ouvimos falar: “Perdoo, mas não esqueço”. Na verdade, quem diz isto não perdoa, porque guarda rancor. Por isso é dito que não se perdoa de verdade quando, no fundo, não se está disposto a esquecer. Perdoar é esquecer? Ambos produzem o mesmo efeito? Trata-se de uma questão de grande importância, já que o perdão é essencial para uma vida feliz e equilibrada: “Aquele que é incapaz de perdoar é incapaz de amar” (Martin Luther King).

           Parece-me que é preciso diferenciar “esquecer”, quando significa ressentimento, e esquecer como “desaparecer da memória”. Vou me referir ao primeiro sentido: é preciso esquecer, “não regateie o perdão: é impossível caminhar com tantas feridas abertas... perdoe todas as velhas feridas e as cicatrize com resinas de amor” (Zenaida Bacardí de Argamasilla). É não querer mal, não há outro caminho. “Perdão é uma palavra que não é nada, mas que carrega sementes de milagres” (Alejandro Casona), sementes semeadas em nossos corações pelo próprio Jesus, que se alimentam até mesmo das ofensas: cada ofensa recebida é uma oportunidade de melhorar nossa capacidade de perdoar, pois, em vez de causar ressentimentos, é estímulo para essa coisa divina chamada perdão.

          O paraíso está do outro lado da porta, mas muitos perderam a chave que se chama misericórdia... Todos nós precisamos de amor, de atenção, assim como de poder dar nosso amor aos outros. Por isso, sempre se deve pedir perdão: pelas ocasiões perdidas, pela plenitude não vivida no convívio, pelas palavras não ditas.

           Diz uma lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto. Num determinado ponto da viagem discutiram e um deu uma bofetada no noutro. Este, profundamente ofendido, sem dizer nada, escreveu na areia: “Hoje o meu melhor amigo me deu uma bofetada no rosto”. Continuaram o trajeto e entreviram um oásis. Mortos de sede, ambos correram e o primeiro que chegou se atirou na água sem pensar e, em seguida, começou a se afogar. O outro amigo se atirou na água para salvá-lo. Assim que melhorou, pegou uma faca e escreveu em uma pedra: “Hoje o meu melhor amigo salvou a minha vida.” Intrigado, o amigo perguntou: “Por que, depois de eu ter te feito mal, escrevestes na areia e agora escreves em uma pedra?” Sorrindo, o outro respondeu a ele:

          “Quando um grande amigo nos ofende, devemos escrever a ofensa na areia, porque o vento do esquecimento a leva; por outro lado, quando nos faz algo notável, devemos gravá-lo na pedra da memória do coração, onde nenhum vento do mundo poderá apagá-lo”. O erro de muitos é pensar que o perdão deve surgir de seus corações, que é algo que devemos sentir, que deve, de certa forma, “nascer em nós”. Mas o perdão é uma decisão, não um sentimento, porque quando perdoamos não sentimos mais a ofensa, não sentimos mais o rancor.

           “Perdoa, que perdoando terás a tua alma em paz e a terá quem te ofendeu” (Madre Teresa de Calcutá).

            O perdão é o melhor, não apenas individualmente, mas também para cada sociedade e para o mundo em geral: “À espiral da violência somente arrefece o milagre do perdão” (João Paulo II). De certa forma, todos somos corresponsáveis pelas ações e omissões de cada um, e é a gotinha de cada dia que cria a revolução do amor: “O melhor que podes dar ao teu inimigo é o perdão; a um adversário, tolerância; a um filho, bom exemplo; ao teu pai, deferência; a tua mãe, uma conduta da qual ela sinta orgulho; a ti mesmo, respeito; a todos os homens, caridade” (John Balfour).

            Quando alguém é perdoado transforma-se em uma pessoa diferente, ainda que demore a reagir: “Nada encoraja tanto o pecador como o perdão” (William Shakespeare). Isso ocorre porque se sente querido, e muito valorizado, porque as pessoas sempre estão acima dos seus erros (Jutta Burggraf). E, quando cresce a consciência do seu valor, comporta-se melhor. Por outro lado, cresce também quem perdoa, pois “nada nos assemelha tanto a Deus como estarmos sempre dispostos a perdoar” (São João Crisóstomo)”.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Carta ao meu pai...

 Um caso verídico ocorrido num hospital de São Paulo

           Para que os pais entendam o sofrimento de um filho destruído pelas drogas, vou transcrever aqui uma carta que um filho escreveu para o seu pai, poucos dias antes da morte.

É um caso verídico ocorrido no Hospital 23 de Maio em São Paulo.

"Pai,

         Acho que neste mundo ninguém chegou a descrever o seu próprio cemitério. Não sei como o meu pai vai recebe-lo. Mas preciso de todas as minhas forças enquanto é tempo. Sinto muito, meu pai, acho que este diálogo é o último que tenho com o senhor. Sinto muito mesmo. Sabe pai... Está em tempo do senhor saber a verdade que nunca suspeitou. Vou ser breve e claro. O TÓXICO ME MATOU, meu pai; travei conhecimento com meus assassinos aos 15 para 16 anos de idade. É horrível, não pai?

        Sabe como nós conhecemos isto? Através de um cidadão elegantemente vestido, bem elegante mesmo e bem falante, que nos apresentou o nosso futuro assassino: o tóxico.

        Eu tentei, mas tentei mesmo recusar, mas o cidadão mexeu com o meu brio, dizendo que eu não era homem. Não preciso dizer mais nada, não é...? Ingressei no mundo do tóxico.

        No começo, foram as tonturas, depois o devaneio e a seguir a escuridão. Não fazia nada sem que o tóxico estivesse presente. Depois veio a falta de ar, medo, alucinações, depois euforia novamente. Eu sentia mais do que as outras pessoas e o tóxico, meu amigo inesquecível, sorria, sorria...

         Sabe pai, a gente quando começa, acha tudo ridículo e muito engraçado. Até Deus eu achava ridículo. Hoje neste hospital, eu reconheço que Deus é o ser mais importante no mundo. Eu sei que sem a ajuda d’Ele eu não estaria escrevendo o que estou.

        Pai, o senhor não pode acreditar, mas a vida de um toxicômano é terrível. A gente se sente dilacerado por dentro. É terrível e todo jovem deve saber disso, para não entrar nessa. Já não posso dar nem três passos sem me cansar.

         Os médicos dizem que eu vou ficar curado, mas quando saem do quarto balançam a cabeça.

         Pai... Eu só tenho 19 anos e sei que não tenho a menor chance de viver; é muito tarde para mim, mas para o senhor, pai, tenho um único pedido a fazer: diga a todos os jovens que o senhor conhece e mostre a eles esta carta, diga a eles que em cada porta de escola, em cada cursinho, em cada faculdade, em qualquer lugar, há sempre um homem elegantemente vestido, bem falante, que irá mostrar-lhe o seu futuro assassino, o destruidor de suas vidas e o que levará à loucura e à morte como eu. Por favor, faça isso meu pai, antes que seja tarde demais também para eles.

         Perdoe-me meu pai... Já sofri demais. Perdoe-me por fazê-lo sofrer também pelas minhas loucuras. Adeus, meu pai..."

         Ainda que seu filho esteja numa situação como esta, não desista jamais. Ame-o ainda com maior amor; pois o amor é mais forte até do que o tóxico e a própria morte.

         Mais do que nunca, o seu filho, então, vai precisar de você, como pai ou como mãe.

         Leve-o a Deus, leve-o a uma Casa de Recuperação, acompanhe-o onde for preciso; lute para salvar esta vida que você pôs no mundo.

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Corpus Christi: o que significa?

Corpus Christi

 

             Como sabemos em que dia vai ser Corpus Christi? Bem, com o domingo da Solenidade de Pentecostes, ou do Espírito Santo, termina o Tempo Pascal, ou seja, o período em que comemoramos a Ressurreição (Páscoa) de Jesus. Após o domingo de pentecostes vem o domingo da Solenidade da Santíssima Trindade e na quinta-feira, após o domingo da Santíssima Trindade, acontece a comemoração de Corpus Christi ou do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

            Para que a Santa Hóstia seja adorada de uma forma visível pelos fiéis - pois é o próprio Jesus Vivo em Corpo e Sangue, Alma e Divindade - a Igreja a coloca dentro de um ostensório (veja a figura acima) e a leva em procissão pelas ruas das cidades. É por isso que acontece a procissão de Corpus Christi, onde se dá um destaque especial à Eucaristia.

"Qual é o significado da festa de Corpus Christi?

 

1. O sentido da celebração

Na quinta-feira, após a solenidade da Santíssima Trindade, a Igreja celebra devotamente a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, festa comumente chamada de Corpus Christi. A motivação litúrgica para tal festa é, indubitavelmente, o louvor merecido à Eucaristia, fonte de vida da Igreja. Desde o princípio de sua história, a Igreja devota à Eucaristia um zelo especial, pois reconhece neste sinal sacramental o próprio Jesus, que continua presente, vivo e atuante em meio às comunidades cristãs. Celebrar Corpus Christi significa fazer memória solene da entrega que Jesus fez de sua própria carne e sangue, para a vida da Igreja, e comprometer-nos com a missão de levar esta Boa Nova para todas as pessoas.

Poderíamos perguntar se na Quinta-Feira Santa a Igreja já não faz esta memória da Eucaristia. Claro que sim! Mas na solenidade de Corpus Christi estão presentes outros fatores que justificam sua existência no calendário litúrgico anual. Em primeiro lugar, no tríduo pascal não é possível uma celebração festiva e alegre da Eucaristia. Em segundo lugar, a festa de Corpus Christi quer ser uma manifestação pública de fé na Eucaristia. Por isso o costume geral de fazer a procissão pelas ruas da cidade. Enfim, na solenidade de Corpus Christi, além da dimensão litúrgica, está presente o dado afetivo da devoção eucarística. O Povo de Deus encontra nesta data a possibilidade de manifestar seus sentimentos diante do Cristo que caminha no meio do Povo.

 

2. Origem da solenidade

           Na origem da festa de Corpus Christi estão presentes dados de diversas significações. Na Idade Média, o costume que invadiu a liturgia católica de celebrar a missa com as costas voltadas para o povo, foi criando certo mistério em torno da Ceia Eucarística. Todos queriam saber o que acontecia no altar, entre o padre e a hóstia. Para evitar interpretações de ordem mágica e sobrenatural da liturgia, a Igreja foi introduzindo o costume de elevar as partículas consagradas para que os fiéis pudessem olhá-la. Este gesto foi testemunhado pela primeira vez em Paris, no ano de 1200.

          Entretanto, foram as visões de uma freira agostiniana, chamada Juliana, que historicamente deram início ao movimento de valorização da exposição do Santíssimo Sacramento. Em 1209, na diocese de Liége, na Bélgica, essa religiosa começa ter visões eucarísticas, que se vão suceder por um período de quase trinta anos. Nas suas visões ela via um disco lunar com uma grande mancha negra no centro. Esta lacuna foi entendida como a ausência de uma festa que celebrasse festivamente o sacramento da Eucaristia.

 

3. Nasce a festa do Corpus Christi

          Quando as idéias de Juliana chegaram ao bispo, ele acabou por acatá-las, e em 1246, na sua diocese, celebra-se pela primeira vez uma festa do Corpo de Cristo. Seja coincidência ou providência, o bispo de Juliana vem a tornar-se o Papa Urbano IV, que estende a festa de Corpus Christi para toda Igreja, no ano de 1264.

          Mas a difusão desta festa litúrgica só será completa no pontificado de Clemente V, que reafirma sua significação no Concilio de Viena (1311-1313). Alguns anos depois, em 1317, o Papa João XXII confirma o costume de fazer uma procissão, pelas vias da cidade, com o Corpo Eucarístico de Jesus, costume testemunhado desde 1274 em algumas dioceses da Alemanha.

          O Concílio de Trento (1545-1563) vai insistir na exposição pública da Eucaristia, tornando obrigatória a procissão pelas ruas da cidade. Este gesto, além de manifestar publicamente a fé no Cristo Eucarístico, era uma forma de lutar contra a tese protestante, que negava a presença real de Cristo na hóstia consagrada.

          Atualmente a Igreja conserva a festa de Corpus Christi como momento litúrgico e devocional do Povo de Deus. O Código de Direito Canônico confirma a validade das exposições publicas da Eucaristia e diz que principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, haja procissão pelas vias públicas (cân. 944).

 

4. A celebração do Corpo de Cristo

           Santo Tomás de Aquino, o chamado doutor angélico, destacava três aspectos teológicos centrais do sacramento da Eucaristia. Primeiro, a Eucaristia faz o memorial de Jesus Cristo, que passou no meio dos homens fazendo o bem (passado). Depois, a Eucaristia celebra a unidade fundamental entre Cristo com sua Igreja e com todos os homens de boa vontade (presente). Enfim, a Eucaristia prefigura nossa união definitiva e plena com Cristo, no Reino dos Céus (futuro).

           A Igreja, ao celebrar este mistério, revive estas três dimensões do sacramento. Por isso envolve com muita solenidade a festa do Corpo de Cristo. Não raro, o dia de Corpus Christi é um dia de liturgia solene e participada por um número considerável de fiéis (sobretudo nos lugares onde este dia é feriado). As leituras evangélicas deste dia lembram-nos a promessa da Eucaristia como Pão do Céu (Jo 6, 51-59 - ano A), a última Ceia e a instituição da Eucaristia (Mc 14, 12-16.22-26 - ano B) e a multiplicação dos pães para os famintos (Lc 9,11b-17 - ano C).

 

 5. A devoção popular

          Porém, precisamos destacar que muito mais do que uma festa litúrgica, a Solenidade de Corpus Christi assume um caráter devocional popular. O momento ápice da festa é certamente a procissão pelas ruas da cidade, momento em que os fiéis podem pedir as bênçãos de Jesus Eucarístico para suas casas e famílias. O costume de enfeitar as ruas com tapetes de serragem, flores e outros materiais, formando um mosaico multicor, ainda é muito comum em vários lugares. Algumas cidades tornam-se atração turística neste dia, devido à beleza e expressividade de seus tapetes. Ainda é possível encontrar cristãos que enfeitam suas casas com altares ornamentados para saudar o Santíssimo, que passa por aquela rua.

         A procissão de Corpus Christi conheceu seu apogeu no período barroco. O estilo da procissão adotado no Brasil veio de Portugal, e carrega um estilo popular muito característico. Geralmente a festa termina com uma concentração em algum ambiente público, onde é dada a solene bênção do Santíssimo. Nos ambientes urbanos, apesar das dificuldades estruturais, as comunidades continuam expressando sua fé Eucarística, adaptando ao contexto urbano a visibilidade pública da Eucaristia. O importante é valorizar este momento afetivo da vida dos fiéis."

(fonte: http://www.bispadobauru.org.br)

Feijoada do Cosminho

          Foi realizada no dia 05 de Junho, uma deliciosa feijoada Beneficiente, organizada pela a Pastoral Familiar da Paróquia Cosme e Damião.  Foi um Domingo de Lazer para as pessoas que se fizeram presente ao evento, onde não faltou uma boa musica, com animação da banda ‘’Ultima Chance”. Aproveitamos para agradecer a presença de todos que estiveram prestigiando e fazendo sua doação em prol da Evangelização das famílias.

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Família Perfeita

A restauração da minha família depende de mim

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A família perfeita é aquela que não desiste de caminhar, de construir e restaurar o seu lar. A família é igual a uma casa em reformas, é o maior transtorno, às vezes, poeira, entulho, tudo que uma construção pode trazer. Penso que você consiga imaginar. Mas esse retrato de uma casa em construção demonstra que ninguém está parado em si ou acha que já esteja pronto; apesar dos incômodos está em construção, em reforma, em restauração. E ninguém restaura um bem se ele não for muito precioso, e isso é um sinal muito positivo. Quem já não leu este aviso em construções públicas: “Desculpe o transtorno. Estamos em construção para atendê-lo melhor”.

A primeira coisa que precisamos notar é que em casa ninguém é igual, e estamos em níveis de maturidade diferentes. Os pais têm mais experiência, mas entre eles há diferenças. Os filhos estão crescendo, sendo construídos em todos os sentidos: no físico, no psicológico e no espiritual. Aqui entra em ação o material para construir cada um, que se chama respeito e paciência com o processo do outro. Por isso, a família precisa ser o ambiente propício para as mudanças, para o crescimento e até para as crises. Ninguém deve ter vergonha de ser o que é e de estar como está em casa. Em minha opinião, existem alguns pontos primordiais para construir e restaurar a família:

1º Restaurar o relacionamento com Deus: a base do sacramento do matrimonio é o amor, sem fazer a experiência de Deus é impossível amar de verdade. O amor real, muitas vezes, passa pela experiência da morte, do aniquilamento, do esquecer-se de si mesmo; e tudo isso, sem Deus, é impossível superar. Mas é preciso respeitar a experiência religiosa de cada um, saber que ela também é individual, mas que dá para fazer um caminho para Deus, JUNTOS!

2º Fazer da minha casa um ninho de amor: na minha casa eu decido amar primeiro, o processo começa em mim, por essa razão, eu não posso cobrar aquilo que ainda não consigo dar. Procurar defeitos nos outros, culpados, não resolver as situações de tensão ou dificuldades vividas em casa, faz dela um inferno e não um pedaço do céu. Eu preciso sentir o desejo de voltar para casa, ela precisa ser o meu refúgio, meu oásis no meio do deserto. Minha casa e minha família precisam me atrair, significam porto seguro, lugar onde não importa a minha condição: EU SEI QUE SOU AMADO.

3º Partilha e diálogo: isso quer dizer onde todos crescem no conhecimento de si e dos outros. A falta de diálogo e partilha deixa crescer dentro dos membros da família os venenos que podem destrui-la, gerando os ressentimentos e as mágoas, a falta de perdão e o medo de se revelar. Dentro de casa precisa se promover um clima de confiança e aceitação do outro, eu preciso me sentir acolhido para partilhar a minha verdade. Outro dia ouvi a experiência de um movimento que se chama Equipes de Nossa Senhora, o qual trabalha com casais. Eles têm uma prática que se chama “direito de sentar-se”. Sentar-se à cadeira, sentar-se à mesa, para falar e ouvir tudo que o outro precisa dizer. ISSO É CARIDADE.

Nós não podemos esquecer que cada um tem a sua parte essencial e importante na construção da família; os pais têm seu papel de pilar de sustentação e construção da casa, mas os filhos dão sentido, vigor e alegria aos genitores. E assim vamos construindo famílias restauradas.

Oração

Pai santo, Pai amado, a restauração da minha família depende da minha participação ativa e consciente. Do meu amor e compreensão, respeito e paciência com o processo dos meus pais e irmãos, por isso, que eu não sonegue amor e verdade, perdão e misericórdia para com os meus, que esse processo comece em mim primeiro. Eu decido amar primeiro em minha família e colaborar com a restauração do santuário da vida, que é minha casa. Amém.

Padre Luizinho - Comunidade Canção Nova

O poder do dialógo no Matrimônio

''Muitas vezes, as pessoas se fecham para quem se ama''

A última Encíclica do Santo Padre, o Papa Bento XVI, "Caritas in Veritate", de 29 de junho de 2009, apresenta uma proposta de vida, na qual as pessoas devem viver a verdade.
Esta verdade deverá ser procurada, expressa e encontrada na caridade; e toda caridade precisa ser compreendida, avaliada e praticada à luz da verdade. O Papa usa a expressão "ágape" para falar de caridade e "logos" para dizer da verdade. E afirma que da verdade (logos) sai a palavra dia-logos: diálogo, comunicação, comunhão.
A comunhão é fruto do diálogo.

No matrimônio, o diálogo entre os cônjuges é a fonte para que o amor se alimente, cresça e frutifique em obras na própria vida do casal e também frutos de transformação da sociedade. A base do diálogo é e será sempre a verdade, mas a forma de se dizer a verdade precisa ser a caridade, com respeito à outra pessoa. Vemos muitos casais em crises conjugais por causa da falta de diálogo, por não expressarem livremente a sua opinião, causando sempre a depressão no outro, que se sente sufocado por viver a partir da verdade do cônjuge, sem poder se dizer. Eu diria até sem ser valorizado como pessoa. Por isso, o diálogo é fundamental no matrimônio.

O que seria, então, o diálogo? Arrisco afirmar que a base é a escuta; não o falar. Para se aprender a dialogar com os outros é preciso aprender a ouvi-lo sem qualquer preconceito, sem querer corrigi-lo ou interferir em sua fala. Toda pessoa precisa ser ouvida, precisa ter alguém que a escute e dê atenção às suas aspirações, sofrimentos, anseios diários... Enfim, todos precisamos que alguém nos acolha com amor e nos escute por um momento do dia. Acho este o ponto essencial no diálogo: um fala e o outro escuta, depois o outro fala e o primeiro escuta. O fruto do diálogo deverá ser o consenso, uma opinião comum.

Quando tudo isso não acontece, as pessoas acabam se fechando e não se comunicando com quem ama, porque este não soube ouvi-la ou, então, interpretou a sua fala de forma errônea, distorcendo aquilo que ouviu e reagindo de forma agressiva ou indeferente.

O centro do diálogo é a busca da verdade, e a verdade é Jesus Cristo. Nele podemos encontrar o ponto de unidade para o diálogo, por isso a importância do casal rezar juntos. Quem reza junto consegue conversar e dialogar de forma madura, com respeito. Podemos até discordar da opinião dos outros, mas é sempre bom separar o fato da pessoa. Separe e preserve sempre a pessoa; discuta opiniões. Toda discussão tem de ter como base o amor.

A verdade dita sem amor torna-se agressiva e não produz o efeito de ajuda para a melhora do outro. Se aprendermos a viver o diálogo pela verdade, mas ajustado ao amor de Deus, poderemos ser mais felizes no nosso matrimônio. Leia a Encíclica do Papa Bento XVI.

Deus o abençoe!

Diácono Paulo Lourenço
Comunidade Canção Nova

Curso de Noivos

Amor (4)

O Curso de Noivos da Paróquia Cosme e Damião que seria realizado dia 26 de Junho, sera realizado em uma nova data, ou seja 03 de Julho. Agradeçemos a compreensão.

Atenciosamente,

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Ano Liturgico

Nos começos de nossa Igreja os cristãos celebravam somente a memória da ressurreição de Jesus, como ponto marcante para sua fé. Cada domingo era dia de festa com a celebração do Mistério Pascal.

Com o passar dos tempos, os cristãos começaram a celebrar outros acontecimentos importantes da vida e obra de Jesus: Advento, Natal e Pentecostes. Assim tiveram origem as festas do ano litúrgico.

O Ano Litúrgico é uma organização das celebrações dos mistérios de Jesus Cristo durante todo um ano. O centro do Ano Litúrgico é a Celebração do Mistério Pascal: morte e ressurreição de Cristo.

Durante o Ano Litúrgico são celebradas as festas de Nossa Senhora, dos anjos e dos santos. Também recordamos os nossos falecidos. Conforme o espírito da liturgia, essas festas são celebradas, destacando o Mistério Pascal de Cristo. Sem esse destaque, essas festas perderiam o sentido.

Vamos ver resumidamente a divisão do Ano Litúrgico. Observemos como no centro de todo o Ano Litúrgico está a Páscoa: morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

ADVENTO

O ano litúrgico começa com o primeiro domingo do advento, assim como o ano civil começa com o dia primeiro de janeiro.

Advento significa chegada, vinda, espera pela vinda do Salvador. Nesse tempo do advento a Igreja revive a longa espera do povo de Israel pelo Salvador. Tanto é assim que a Igreja lembra nesse tempo os grandes personagens da história de nossa fé:

  • Isaías: a salvação está chegando...

  • João Batista é bem destacado na liturgia do advento. Ele é "a voz que clama no deserto".

  • Maria: Deus quis que ela tivesse uma participação especial no seu Plano.

O advento começa quatro domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro. É um tempo de reflexão mais intensa, de penitência e purificação. Pela justiça e pela verdade preparam-se os caminhos do Senhor.

Viver o advento é ficar atento aos sinais do Reino entre nós: fazer denúncia das injustiças, lutar por melhores condições de vida para todos com gestos de partilha e de solidariedade.

Como celebrar o advento hoje? Uma boa idéia é participar da Novena do Natal em Família e fazer uma boa confissão.

TEMPO DO NATAL

A salvação começa com o grande mistério do Natal, quando o "Verbo se fez carne e veio habitar entre nós" (João 1,14).

Um Natal bem preparado e bem celebrado marca as pessoas e transforma as famílias. Sobretudo quando se aceita que Jesus nasceu no meio dos pobres e marginalizados. Assim ele convida a todas as famílias a procurarem as famílias mais esquecidas da sociedade, pois é lá que Jesus está presente de modo especial a nos convidar para a solidariedade.

No tempo do Natal de Jesus a Igreja destaca bastante a Epifania (visita dos magos e manifestação do Senhor) e o Batismo de Jesus.

TEMPO COMUM

O chamado Tempo Comum começa logo depois da festa do Batismo de Jesus e se interrompe na quarta-feira de cinzas, para recomeçar depois, na segunda feira após a festa de Pentecostes, e vai até a festa de Cristo Rei, quando termina o Ano Litúrgico.

São 33 ou 34 semanas dedicadas ao memorial do que Jesus Cristo fez e disse, esclarecendo assim as dimensões de nossa salvação, o Mistério Pascal.

O tempo comum não é um tempo vazio. É tempo de nós continuarmos a obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos do Reino. Usando a cor verde, esse tempo nos faz viver num clima de constante esperança.

QUARESMA

O tempo da quaresma vai da quarta-feira de cinzas até a missa da Instituição da Eucaristia na quinta-feira santa. Esse tempo relembra os quarenta dias que Jesus passou no deserto orando, jejuando e vencendo as tentações. Quaresma é preparação para a Páscoa. Tempo de jejum e penitência para a verdadeira conversão.

A Igreja do Brasil incorpora na sua liturgia durante a quaresma a conhecida "Campanha da Fraternidade". Cada ano a CF traz um tema e um lema que nos motivam a um gesto concreto de solidariedade.

TRÍDUO PASCAL

Assim como o domingo é o ponto alto da semana, o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, é o ápice de todo o ano litúrgico. O Tríduo Pascal abrange a quinta-feira santa com a celebração da Ceia do Senhor, a Paixão, a Vigília Pascal, e termina com o Domingo da Ressurreição.

  • Quinta-feira santa: memorial da Ceia do Senhor na qual Jesus antecipa sacramentalmente sua morte e ressurreição.

  • Sexta-feira santa: dia de silêncio em respeito à morte do Senhor.

  • Sábado Santo / Vigília Pascal: o povo cristão passa o dia de sábado santo preparando-se respeitosamente para a Vigília Pascal.

A Vigília Pascal é feita no sábado à noite. Melhor hora é à meia noite de Sábado Santo para Domingo da Ressurreição. Mas pode-se começar a Vigília Pascal mais cedo, a partir das 18 horas, por uma questão de prática.

Não se esquecer de que a Vigília Pascal é a "mãe de todas as vigílias". Nela se faz a solene renovação das promessas batismais, num clima de muita alegria: Aleluia!

Nota: Houve uma época em que a celebração da ressurreição era feita no sábado de manhã. Por isso esse sábado ficou sendo chamado popularmente de "sábado do aleluia". Mas, graças ao Papa Pio XII, a nossa Igreja Católica voltou a celebrar a Vigília Pascal à noite como era nos inícios do cristianismo. - Por isso, evitemos falar em "sábado de aleluia". Isso já foi mudado há mais de 50 anos. Certo?

TEMPO PASCAL

Os cinqüenta dias entre o Domingo da Ressurreição e Domingo de Pentecostes formam o chamado Tempo Pascal. São celebrações que convergem para o Cristo vitorioso entre nós e nos colocam num clima de preparação para a vinda do Espírito Santo. O Tempo Pascal é um tempo forte em ritmo de vida!

Com a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes os apóstolos começaram a enxergar em plenitude a grandeza do Mistério Pascal de Jesus. Viram, entenderam e começaram a celebrar esse mistério. Por fim, todos eles deram a vida por seu Mestre.

Após a Festa de Pentecostes, tem inicio a segunda parte do Tempo Comum, se estendendo até a Festa de Cristo Rei, quando termina o Ano Liturgico.

No Silêncio, Deus se comunica conosco.

            Após a morte de Jesus na cruz, houve o sepultamento do seu corpo num túmulo novo. Depois, o silêncio. É no silêncio que acontece a ressurreição.

            O alvoroço das mulheres e a corrida dos discípulos ocorrem quando o sepulcro já está vazio. Dois homens, com vestes resplandecentes, dizem, às mulheres “Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo? Não está aqui. Ressuscitou!” (Lc 24,5-6). Jesus ressuscitou, no silêncio; ninguém viu, nenhum repórter estava lá. Nem a câmera escondida dos seguranças funcionou. Nem som e nem imagem.

            O silêncio, aparentemente, é isso: não tem ninguém, não tem nada, é o vazio.

            Hoje pouquíssimas pessoas gostam do silêncio. A maioria tem medo; deve ligar sempre alguma coisa: rádio, tv, MP3, e a bom volume para todo mundo ouvir, também os vizinhos que não querem! Até nas nossas Igrejas tem pouco silêncio.

           Temos medo do silêncio, porque, nessa situação, estamos sozinhos. É tão ruim assim ficar a sós, sermos obrigados a ouvir o bater do nosso coração e a seguir os nossos pensamentos? Tenho a impressão que aqueles que não gostam do silêncio, na prática, têm medo dos próprios pensamentos. Se não tem ninguém que me diz o que pensar, quando chorar e sorrir, quando me indignar e quando fingir que nada aconteceu e deixar acabar tudo em pizza, sou obrigado a pensar com a minha cabeça. Mas isso não é fácil, é mais cômodo e prático pensar com a cabeça dos outros ou da televisão. O silêncio incomoda. Talvez seja o que mais falta à sociedade de hoje, tão barulhenta e desassossegada.

           Não tenho dúvidas, no silêncio, aos poucos, acontece o novo. Até agora disse que no silêncio temos a oportunidade de encontrar a nós mesmos nos confrontando com os nossos pensamentos. Sem máscaras, sem a zoada de quem quer nos distrair.

          Mas no silêncio tem uma outra presença importantíssima: Deus. Ele é o Outro que se deixa encontrar se soubermos prestar atenção. Ele não precisa de palavras, embora também se sirva delas; não precisa chamar atenção, porque quer o nosso coração, não os nossos flashes ou os nossos aplausos. No silêncio nasce a oração, o agradecimento, o arrependimento, as lágrimas. É assim que Deus quer começar o novo na nossa vida.

          A Ressurreição é tão nova que nem os evangelistas souberam explicá-la com as poucas palavras disponíveis. Tentaram. Ela também deve acontecer na  nossa vida sem muitas explicações, mais com  silêncio do que palavras, mais com  reflexão do que conversa. Isso porque participar da ressurreição de Jesus é, justamente, começar a pensar e agir como Ele. E tudo isso é possível somente no silêncio, no recolhimento. É no silêncio também, conosco mesmos, que decidimos como agir; que escolhemos o que nos parece certo e descartamos o que nos parece errado. O único que pode fazer propostas, entrando no nosso silêncio, é o Senhor porque fala ao nosso coração e não somente aos nossos ouvidos. Se o silêncio se quebra e entra a propaganda, o Big Brother, a telenovela...já não somos mais nós que pensamos e nem Deus pode comunicar-se mais conosco.

          Ele não compete, espera pacientemente que voltemos a pensar nEle, que façamos de novo silêncio. Tomara que não seja tarde demais. 

Dom Pedro José Conti é Bispo de Macapá, AP

sábado, 11 de junho de 2011

O sentido do Pentecostes

         Para entendermos o verdadeiro sentido da Solenidade de Pentecostes, precisamos partir do texto bíblico que nos apresenta na narração: "Quando chegou o dia de Pentecostes, os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como de um vento forte, que encheu toda a casa em que se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia expressar-se. Residiam em Jerusalém judeus devotos, de todas as nações que há debaixo do céu. Quando ouviram o ruído, reuniu-se a multidão, e todos ficaram confusos, pois cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua" (At, 2, 1-6). Essa passagem bíblica apresenta o novo curso da obra de Deus, fundamentada na Ressurreição de Cristo, obra que envolve o homem, a história e o cosmos.
O Catecismo da Igreja Católica diz que: "No dia de Pentecostes (no termo das sete semanas pascais), a Páscoa de Cristo completou-se com a efusão do Espírito Santo, que se manifestou, se deu e se comunicou como Pessoa divina: da Sua plenitude, Cristo Senhor derrama em profusão o Espírito" (CIC, n. 731).
         Nessa celebração somos convidados e enviados para professar ao mundo a presença d'Ele [Espírito Santo]. E invocarmos a efusão do Espírito para que renove a face da terra e aja com a mesma intensidade do acontecimento inicial dos Atos dos Apóstolos sobre a Igreja, sobre todos os povos e nações.
          Por essa razão, precisamos entender o significado da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade: "O termo Espírito traduz o termo hebraico Ruah que, na sua primeira acepção, significa sopro, ar, vento. Jesus utiliza precisamente a imagem sensível do vento para sugerir a Nicodemos a novidade transcendente d'Aquele que é pessoalmente o Sopro de Deus, o Espírito Divino. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às Três Pessoas Divinas. Mas, juntando os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do Espírito Santo, sem equívoco possível com os outros empregos dos termos espírito e santo" (CIC, n. 691).
        A Solenidade de Pentecostes é um fato marcante para toda a Igreja, para os povos, pois nela tem início a ação evangelizadora para que todas as nações e línguas tenham acesso ao Evangelho e à salvação mediante o poder do Espírito Santo de Deus.
        O Papa Bento XVI fala sobre esse processo de reunificação dos povos a partir de Pentecostes: "Tem início um processo de reunificação entre as partes da família humana, divididas e dispersas; as pessoas, muitas vezes, reduzidas a indivíduos em competição ou em conflito entre si, alcançadas pelo Espírito de Cristo, abrem-se à experiência da comunhão, que pode empenhá-las a ponto de fazer delas um novo organismo, um novo sujeito: a Igreja. Este é o efeito da obra de Deus: a unidade; por isso, a unidade é o sinal de reconhecimento, o 'cartão de visita' da Igreja no curso da sua história universal. Desde o início, do dia do Pentecostes, ela fala todas as línguas. A Igreja universal precede as Igrejas particulares, as quais devem se conformar sempre com ela, segundo um critério de unidade e universalidade. A Igreja nunca permanece prisioneira de confins políticos, raciais ou culturais; não se pode confundir com os Estados, nem sequer com as Federações de Estados, porque a sua unidade é de outro tipo e aspira a atravessar todas as fronteiras humanas" (Bento XVI, Homilia na Solenidade de Pentecostes, 23 de maio 2010).
Temos necessidade do Espírito Santo Paráclito no nosso tempo: Veni, Sancte Spiritus!

Padre Reinaldo
Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Pentecostes

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        A partir desta sexta-feira (3) os católicos de Juazeiro começam a se preparar para uma das maiores celebrações do calendário cristão: a festa de Pentecostes. Para marcar a solenidade, que será no próximo dia 12 de junho, a Diocese de Juazeiro inicia amanhã uma novena que irá envolver todas as paróquias da cidade. Os nove dias celebrativos culminarão com uma grande festa na Praça da Catedral, contando ainda com procissão e Missa solene.
“A festa de Pentecostes é a festa da unidade da Igreja. Nesta festa os cristãos relembram a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos com Maria no Cenáculo em Jerusalém. A promessa do senhor ressuscitado se cumpriu enviando o seu Espírito santificador e defensor. É ele é o responsável pela missão da Igreja”, explicou padre Josemar Mota, pároco da Catedral de Juazeiro.

         Nesta sexta-feira a programação começa na igreja matriz do bairro Santo Antônio. No sábado (4) a Missa será no bairro Alto da Maravilha, na comunidade São José. Nos dias seguintes a novena de Pentecostes acontecerá nas paróquias Santa Teresinha (bairro Piranga), Santo Afonso (Castelo Branco), Nossa Senhora Aparecida (João Paulo II) e na comunidade Nossa Senhora de Fátima (Alto da Aliança), respectivamente. Os últimos três dias de novena serão na Catedral. As missas acontecerão sempre às 19h30.
No dia 12 de junho, os festejos em honra ao Espírito Santo começam cedo. Às 9h haverá Missa solene na Catedral. Às 17h começa uma procissão saindo da rua Canafístula, no bairro Centenário, finalizando com a Missa na Praça da Catedral. “A festa de Pentecostes já é uma tradição muito antiga e bonita em Juazeiro. A bandeira do Espírito Santo durante um ano peregrina nas comunidades e como é bonito e emocionante a fé das pessoas quando recebem a bandeira em suas casas”, recorda o padre Josemar.

         A novidade da festa nesse ano é a integração entre as paróquias na realização da novena. “Decidimos unir todas as paróquias porque Pentecostes é a festa da unidade dos cristãos. Nesta festa a Igreja, guiada pelo Espírito, deve tomar consciência de sua missão evangelizadora, ou seja, ser no mundo uma luz, uma voz profética diante de tantos sinais de morte que agridem a dignidade humana e porque não dizer de toda a criação que esta agonizando”, ressaltou o pároco da Catedral.
De acordo com o sacerdote, durante a novena, 40 jovens receberão o sacramento do Crisma, que atualiza justamente a vinda do Espírito Santo sobre os fiéis. “Essas crismas serão no dia 11, sábado à noite. Temos ainda 47 jovens que receberão este sacramento em outra data, porque o interior da Catedral não comportaria todos em uma única celebração”, disse.

Programação da Festa de Pentecostes

03/06/11

Paróquia Santo Antonio

Igreja Santo Antonio

04/06/11

Paróquia Cosme e Damião

Comunidade São José

05/06/11

Paróquia Santa Terezinha

Igreja Santa Terezinha

06/06/11

Paróquia Santo Afonso

Igreja Santo Afonso

07/06/11

Paróquia N. S. Aparecida

Igreja N. S. Aparecida

08/06/11

Paróquia Santa Terezinha

Com. N. S de Fatima

09/06/11

Paróquia N. S. das Grotas

Catedral

10/06/11

Paróquia N. S. das Grotas

Catedral

11/06/11

Paróquia N. S. das Grotas

Catedral

(*As celebrações da novena serão sempre às 19h30)

12 de junho – Festa de Pentecostes

9h – Missa Solene (Catedral) 17h – Procissão                                                                    (saindo da rua Canafístula, bairro Centenário)                                                           finalizando com a Missa Festiva na Praça da Catedral.

Fonte: Blog da Diocese de Juazeiro
Texto: Mirrail Menezes