segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Familia, nossa primeira missão

O catecismo da nossa Igreja afirma que o sacramento do matrimônio tem como finalidade o “serviço da comunhão” porque por este sacramento gera uma nova família. Pela união de duas pessoas a família se estabelece, isto quer dizer que tudo brota do amor e tudo se encaminha para o amor, que é Deus.

A este encaminhamento vamos chamar de missão. Esta missão começa no altar de Cristo, mas para se cumprir há a necessidade de ser assumida no cotidiano, para que a família seja devolvida ao seu Criador. Nas tarefas próprias da família, desde o relacionamento do casal, até a criação e educação dos filhos vemos acontecer a missão de santificação da própria família, condição única para que ela alcançe o seu objetivo: Deus. A família é destinada a ser um lugar de santificação das pessoas, onde os sofrimentos, as alegrias, as conquistas e as derrotas têm sentido se estiverem voltadas para esta finalidade: o céu, a felicidade que começa aqui e perpassa toda a eternidade.

O casal precisa assumir isto como missão pessoal: santificar a família, leva-la a contemplar um dia a face de Cristo, a ter comunhão plena com o Senhor de tudo. E esta não é uma tarefa fácil, pois eu compararia ao purificar uma pedra preciosa, que nasce acrisolada no meio da pedra, da terra, que impregna a sua superfície e esconde a sua real aparência e riqueza. O serviço de retirar as impurezas para que o precioso desponte é missão muito árdua, pois quando se trata de pessoas que pela própria imperfeição endureçem as situações para esta purificação, o tempo e a paciência, o amor e a oração se unem para se conseguir este objetivo. O tempo pois há pessoas que demoram a vida inteira para se encontrarem com Aquele que faz acontecer a purificação: Jesus Cristo. A paciência também porque tantas vezes queremos que se antecipe o processo de conversão das pessoas, e isto depende de suas escolhas. Uma solução que Cristo nos ensinou é a oração: pela oração as coisas sobrenaturais que precisam acontecer na vida da pessoa , se antecipam. Orar pela nossa família faz a diferença, talvez aí uma forma excelente de ajudar no cumprimento desta missão.

Outro argumento mais profundo é o amor. Amar cada pessoa que vive conosco em nossa família, mesmo com seus defeitos, acolhendo suas imperfeições pode ser o caminho ideal para a sua conversão. Alguém amado sem qualquer merecimento se sente provocado para a sua conversão.
Quero deixar como mensagem para você que quer que a sua família se santifique e chegue a felicidade: ame em todas as situações, ore pelos seus, tenha paciência e aguarde o tempo de Deus.

Que Deus abençoe a sua família, nela esta a sua missão

Família, lugar dos valores do reino de Deus

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Somos cooperadores desta graça

         Quando um casal forma uma família, nasce um novo espaço sagrado no mundo, um lugar reservado por Deus para que os valores do Reino sejam implantados e vividos. Nesta perspectiva, o lar cristão precisa se tornar o próprio Reino de Deus, local de Sua santa morada. Mas isto só é possível com a colaboração dos próprios cônjuges, que têm a missão de implantar este reino de amor, paz e justiça.

         O reino do amor começa com o próprio relacionamento do casal, que deve ser construído a cada dia através de gestos de acolhida, carinho, proteção, afeto mútuo, compreensão. Também uma dose de emoção e sentimentos que terão que se renovar no dia a dia, recheado de palavras que elevam a outra pessoa e revelam o que ela tem de mais precioso. Infelizmente, em alguns lares não vemos casais apaixonados e se apaixonando pela aventura de viver juntos, acabam esfriando a paixão do namoro, deixando de lado o prazer sexual como fonte de alegria, relegando isto a busca de prazer às custas do outro. O sexo sem amor é alienante, pois "leva" a pessoa à categoria de “animal”, que quer prazer a todo custo. O componente do amor, enquanto vivência de carinho e de afeto demonstrados, faz a diferença na vida conjugal. O Reino de Deus é repleto de amor, deste amor que se dá mais do que se recebe. Que é mais doação de vida, sacrifício pelo outro do que busca de se preencher pessoalmente. O Reino de Deus acontece quando promovemos o amor e fazemos dele o centro de nossas vidas.

         O Reino também é de paz, e esta paz só acontece a partir da presença do Príncipe da Paz, que é Jesus Cristo. Toda família precisa ter como fonte de paz, a pessoa de Jesus. E isto acontece a partir da participação dos membros da família na Igreja: a vivência sacramental. Se fizéssemos uma enquete sobre o assunto, certamente iríamos descobrir que famílias que participam da Santa Missa todo domingo, por exemplo, conseguem conservar a paz e banir a discórdia, as divisões internas, brigas, no interior de seus lares. Não há paz longe de Jesus Cristo, Ele é o Shalom de Deus, paz completa, paz duradoura. Este valor do Reino não se consegue implantar com as próprias forças, mas é fruto da presença de Jesus. Somos cooperadores desta graça, nos expondo e nos colocando na presença de Cristo através da Igreja.

          Outro valor do Reino a ser implantado na família é a justiça. Não a justiça de quem pensa em fazer o que é correto perante a lei tão somente. Isto é até fácil, mas a justiça do Reino de Deus é tirar de si e dar ao outro. Tudo que temos e que não estamos utilizando não nos pertence, portanto não é nosso, mas de outro que está precisando. Não podemos reter para nós o que não necessitamos para ter uma vida digna, sabendo que outra pessoa não tem esta mesma vida digna porque não partilhamos com ele o que nos sobra. O Reino de Justiça é o Reino da solidariedade, da partilha, da caridade expressa em ajuda mútua. É bem fácil achar-se justo dentro da nossa individualidade e a partir do egocentrismo que é tão presente na atual sociedade. Na família cristã deve-se viver a fraternidade, para que o mundo seja melhor  a partir de cada um de nós.

Tudo isto começa na família, a partir dos conceitos cristãos que precisamos absorver , ensinar os nossos filhos a viverem: o amor, a participação sacramental em busca da paz e a justiça. É esta a  nossa missão: implantar o Reino de Deus a partir da formação moral de homens e mulheres, para se tornarem novos para um mundo novo, o que só é possível no ambiente familiar.

Deus abençoe você e sua família.

Diácono Paulo Lourenço

Fonte: canção nova

sábado, 11 de agosto de 2012

Assunção de Nossa Senhora – 15 de Agosto

Assunção de Nossa Senhora - Assunção de Nossa Senhora <br />Papa Bento XVI<br />A Igreja celebra a Assunção da Virgem Maria de corpo e alma ao Céu. Trata-se de uma festa antiga, que tem o seu fundamento último na Sagrada Escritura: de fato, ela apresenta a Virgem Maria estreitamente unida ao seu Filho divino e sempre solidária com Ele. Mãe e Filho mostram-se estreitamente associados na luta contra o inimigo infernal até à plena vitória sobre ele.<br /><br />Esta vitória expressa-se, em particular, na superação do pecado e da morte, isto é, em vencer aqueles inimigos que São Paulo apresenta sempre em conjunto (cf. Rm 5, 12.15-21; 1 Cor 15, 21-26). Por isso, como a ressurreição gloriosa de Cristo foi o sinal definitivo desta vitória, também a glorificação de Maria no seu corpo virginal constitui a confirmação final da sua plena solidariedade com o Filho tanto na luta quanto na vitória. <br /><br />Deste profundo significado teológico do mistério fez-se intérprete o Servo de Deus o Papa Pio XII ao pronunciar, a 1º de novembro de 1950, a solene definição dogmática deste privilégio mariano. Ele declarava: "Deste modo a venerável Mãe de Deus, arcanamente unida a Jesus Cristo desde toda a eternidade com o mesmo decreto de predestinação, imaculada na sua concepção, virgem ilibada na sua divina maternidade, generosa sócia do Divino Redentor, que alcançou um triunfo pleno sobre o pecado e sobre as suas consequências, no final, como supremo coroamento dos seus privilégios, pôde ser preservada da corrupção do sepulcro e, tendo vencido a morte, como já o fez seu Filho, ser elevada em alma e corpo à glória do Céu, onde resplandece Rainha à direita do seu Filho, Rei imortal dos séculos." (Constituição Munificentissimus Deus, 768-769). <br /><br />Na Bíblia, a última referência à sua vida terrena encontra-se no início do livro dos Atos dos Apóstolos, que apresenta Maria reunida em oração com os discípulos no Cenáculo, à espera do Espírito Santo (cf. At 1, 14). Sucessivamente, uma dúplice tradição em Jerusalém e em Éfeso dá testemunho da sua "dormição", como dizem os Orientais, ou seja, o fato de que Ela "adormeceu" em Deus. Foi este o acontecimento que precedeu a sua passagem da terra para o Céu, confessada pela fé ininterrupta da Igreja. Por exemplo no século VIII, João Damasceno, grande Doutor da Igreja Oriental, estabelecendo uma relação direta entre a "dormição" de Maria e a morte de Jesus, afirma de maneira explícita a verdade da sua assunção corpórea. Numa célebre homilia, ele escreve: "Era necessário que aquela que trouxera no seu ventre o Criador quando era criança, habitasse com Ele nos tabernáculos do Céu". Como se sabe, esta firme convicção da Igreja encontrou a sua coroação na definição dogmática da Assunção, pronunciada pelo meu venerado predecessor Pio XII, no ano de 1950. <br /><br />Como ensina o Concílio Vaticano II, Maria Santíssima deve ser inserida sempre no mistério de Cristo e da Igreja. Nesta perspectiva, "do mesmo modo que a Mãe de Jesus, já glorificada no Céu de corpo e alma, é imagem e primícia da Igreja, que há de atingir a sua perfeição no século futuro, assim também já agora na terra, enquanto não chega o dia do Senhor, Ela brilha como sinal de esperança segura e de consolação aos olhos do Povo de Deus peregrino" (Constituição Lumen gentium, 68). <br /><br />Do Paraíso, Nossa Senhora continua a velar sempre, especialmente nas horas difíceis da prova, sobre os seus filhos, que o próprio Jesus lhe confiou antes de morrer na cruz. Quantos testemunhos desta sua solicitude materna podem ser encontrados, quando se visitam os Santuários a Ela dedicados! <br /><br />Queridos irmãos e irmãs, elevada ao céu, Maria não se afastou de nós, mas permanece ainda mais próxima e a sua luz projeta-se sobre a nossa vida e sobre a história da humanidade inteira. Atraídos pelo esplendor celeste da Mãe do Redentor, recorramos com confiança àquela que do alto nos guarda e nos protege. Todos temos necessidade da sua ajuda e do seu conforto para enfrentar as provas e os desafios de cada dia; precisamos senti-la como mãe e irmã nas situações concretas da nossa existência. E, para poder partilhar um dia também para sempre o seu mesmo destino, imitemo-la agora no dócil seguimento de Cristo e no generoso serviço aos irmãos. Este é o único modo para saborear, já na nossa peregrinação terrena, a alegria e a paz que vive em plenitude quem alcança a meta imortal do Paraíso.<br /><br />Maria elevada ao Céu indica-nos a meta derradeira da nossa peregrinação terrena. Recorda-nos que todo o nosso ser – espírito, alma e corpo – está destinado à plenitude da vida; que quem vive e morre no amor a Deus e ao próximo será transfigurado à imagem do corpo glorioso de Cristo ressuscitado; que o Senhor derruba os soberbos e eleva os humildes. É isto que Nossa Senhora proclama eternamente mediante o mistério da sua assunção. Que tu sejas sempre louvada, ó Virgem Maria! Intercede por nós junto ao Senhor! - Fotolog

             No dia 15 de agosto a Igreja celebra a solenidade da Assunção de Nossa Senhora. É a terceira e última solenidade de Maria durante o ano na Igreja universal.

            Dia 8 de dezembro ela celebra a Imaculada Conceição e, dia 1º de janeiro, Nossa Senhora, Mãe de Deus. Pelo fato de o dia 15 de agosto não ser feriado, a Igreja celebra esta festa no domingo depois do dia 15. Sua Liturgia é muito rica.

            Assunção de Nossa Senhora, ou Nossa Senhora assunta ao céu, ou ainda Nossa Senhora da Glória, está entre as festas de Nossa Senhora muito caras ao nosso povo. Faz parte da piedade popular do Catolicismo tradicional.

Esta é também a vitória de Maria, celebrada nesta festa da Assunção. Ela não obteve nenhuma medalha de ouro, nos jogos olímpicos; simplesmente está coroada de Doze estrelas, na fronte, por ter assumido e vencido, no seu papel de Mãe de Jesus e Mãe da Igreja.

Na sua Assunção, Maria diz-nos agora: Olhai: a minha vida era dom de mim mesma. E agora esta vida perdida, de entrega e serviço, alcança a verdadeira vida: a vida eterna, a vida plena, a vida repleta de sol, circundada pela luz de Deus.

           A vida não se conquista, tomando-a para si, mas oferecendo-a e multiplicando-a, pelos outros.

É necessário dizer não à cultura amplamente dominante da morte, que se manifesta, por exemplo, na droga, na fuga do real para o ilusório, para uma felicidade falsa, que se expressa na mentira, no engano, na injustiça, no desprezo do próximo e dos que mais sofrem; que se exprime numa sexualidade que se torna puro divertimento, sem responsabilidade.

A esta promessa de aparente felicidade, a esta pompa de uma vida aparente, que na realidade é apenas instrumento de morte, a esta anticultura dizemos não, para cultivar a cultura da vida.

A Assunção da Virgem Maria representa a fé da Igreja na obra da redenção. Entre as formas de redenção a Igreja reconhece uma forma radical de redenção: Unida ao Filho na vida e na morte, a Igreja sabe que Maria foi associada à glória do Filho Ressuscitado.

A Assunção é a Páscoa de Maria. Criatura da nossa raça e condição, Mãe da Igreja, a Igreja olha para Maria como figura do seu futuro e da sua pátria.

Só Deus pode dar uma recompensa justa aos serviços prestados aqui na terra; só ele pode tirar toda dor, enxugar todas as lágrimas, encher nossa vida de alegria.

A festa da Assunção de Maria nos faz crer que a vocação da humanidade é chegar à plena realização e à vitória definitiva sobre todas as mortes.

Celebrando a Assunção da Virgem Maria aos Céus, o Senhor renova em nós a aliança e nos dá um novo sentido para a nossa vida.

A Assunção de Maria valoriza muito o nosso corpo, templo do Espírito Santo, como manifestação de todo o nosso ser, aos olhos dos outros.

Fonte: www.parsantacruz.org.br